13 dezembro 2013

Vagina - Será que a revolução sexual falhou? Não é curioso que, neste ponto da aventura humana, o órgão feminino ainda ameace tanto?

Evelyn Ruman conta que desembarcou no Vaticano sentindo-se uma espiã da Guerra Fria. Ela tinha se imposto uma missão arriscada, subversiva. Dentro do bolso da sacola de equipamento fotográfico havia um vidrinho com um líquido vermelho e um tanto viscoso. Evelyn se agachou, abriu a tampa e jogou seu conteúdo no chão. O fluido se espalhou sobre a calçada, as pedras. Ela sacou a câmera fotográfica e começou a documentar sua transgressão. Desenrolou a imagem de uma mulher nua, de costas, e a estendeu no chão. O vermelho agora escorria de interiores femininos. Nenhum guarda apareceu para impedi-la, nenhum turista a perturbou. Missão cumprida. Evelyn acabara de jogar sangue menstrual no centro do poder católico. - Por que você quis fazer isso?, pergunto a ela. “Porque a Igreja Católica representa tudo aquilo que vem oprimindo as mulheres por séculos, tornando a vagina algo feio e fazendo do sangue menstrual uma coisa nojenta.” Era janeiro de 2012 e Evelyn participava da Bienal Internacional de Arte de Roma. Durante dois anos ela armazenara seu sangue menstrual na geladeira de casa, em São Paulo, para realizar a exposição que chamou de Sangro, logo existo. Seu casal de filhos, hoje com 23 e 18 anos, brincava que era o “carnição da mamãe”. Ao fazer esse percurso artístico, Evelyn se preparava para um momento doloroso para uma mulher: ter seu útero arrancado devido a um mioma. “Sempre gostei muito de menstruar”, diz ela. Quando foi a Roma, Evelyn percebeu que sua menstruação estava atrasada. Para consumar seu objetivo, precisou pedir um pouco de sangue a uma feminista italiana, Sara Sacerdócio. Fez sua performance com sangue emprestado. A foto (ao lado) é uma das 27 imagens exibidas no EG2O (Escritório Galeria 2Olhares), na cidade histórica de Paraty, no litoral fluminense, até 6 de janeiro. Cinco delas ilustram esta coluna. Evelyn trabalha desde 1988 com a autoimagem de mulheres. Presidiárias, internas de manicômios judiciários e instituições psiquiátricas comuns, camponesas de origem indígena, meninas com síndrome de Down, soropositivas para o vírus da Aids, ameaçadas por violência doméstica, velhas. Mulheres que a maioria prefere não enxergar. Nunca teve dificuldade para expor seu trabalho, premiado e reconhecido internacionalmente. Mas, quando tentou exibir sua obra moldada em sangue menstrual, encontrou as portas fechadas. Para mostrar o rosto de mulheres condenadas à invisibilidade, foi acolhida. Para mostrar seu corpo que sangra pela vagina não havia espaço. Talvez porque, ao expor o que se prefere escondido e envergonhado, a vítima tivesse virado o jogo. Em vez de compaixão, agora provocava medo. Evelyn descobriu-se sozinha. Mesmo outras mulheres, amigas fotógrafas, em todo o resto libertárias, classificaram suas fotos como “nojentas”. “Só consegui fazer a exposição porque abri minha própria galeria”, diz Evelyn. “Dá vontade de botar uma câmera para filmar a reação de nojo das pessoas, muitas delas mulheres, quando veem as fotos e percebem que é sangue menstrual, sangue que saiu de uma vagina, a minha. Se o sangue saísse de um pinto, será que teriam tanto nojo?” (Estou presumindo, claro, mas acredito que parte daqueles que leem este texto, a esta altura já soltaram alguns “que noooojo!”. Acertei? Ao comentar com alguns amigos que pretendia escrever sobre o tema, a reação foi: “Mas por quê?”. Por causa desta tua cara, respondi.) Neste exato momento, a australiana Casey Jenkins realiza a performance que intitulou de Casting Off My Womb (em tradução livre, Tricotando o meu útero). A cada manhã, ela enfia um novelo de lã clara na sua vagina e tricota um cachecol. Ao menstruar, o tricô ganha rajados de vermelho sanguíneo e molhado. (vídeo aqui). O objetivo da intervenção, conforme ela declarou à imprensa, é tornar a vagina da mulher “menos chocante ou assustadora”. Casey queria mostrar que “a vagina não morde” ao ligá-la a um ato acolhedor e “quentinho”, identificado com avozinhas clássicas, como o de tricotar uma manta. O cachecol uterino que passa sensualmente pela vagina de Casey, acaricia seus grandes e pequenos lábios e faz cócegas no seu clitóris estará concluído ao final de 28 dias. (Mais nojo?) O que, afinal, Casey está tricotando, lá no outro lado do mundo? O que Evelyn está tentando nos dizer com seu sangue, no lado de cá do mundo? É provável que a escritora americana Naomi Wolf, autora de Vagina: uma biografia, que acaba de ser lançado em português pela Geração Editorial, tenha razão ao dizer que “a revolução ocidental sexual falhou”. Ou, pelo menos, “não funcionou bem o suficiente para as mulheres”. A própria trajetória do livro é a prova de que a vagina segue sendo ameaçadora – como corpo, como imagem, como palavra. Me arriscaria a dizer que até mais ameaçadora do que em décadas passadas. Quando a obra foi lançada, em 2012, no mercado de língua inglesa, a loja virtual da Apple colocou asteriscos no título: V****a. A velha vagina, censurada pela marca que representa o ápice do avanço tecnológico do nosso tempo, foi quase uma performance da denúncia contida no livro. Mas involuntária, o que torna tudo mais interessante. Me parece que o episódio fala mais de um momento de potência da vagina do que de vitimização. Em seu livro, Naomi Wolf compreende a vagina como “o órgão sexual feminino como um todo, dos lábios ao clitóris, do introito ao colo do útero”. Esse todo forma uma complexa rede neural, na qual há pelo menos três centros sexuais – o clitóris, a vagina, o colo do útero – e possivelmente um quarto – os mamilos. Naomi defende que a vagina não é apenas carne, mas um componente vital do cérebro feminino, ligando o prazer sexual amoroso à criatividade, à autoconfiança e à inteligência da mulher. A conclusão é óbvia e não é nova, nem por isso menos importante: massacrar a vagina – ignorando-a ou tornando-a algo sujo, proibido e chulo, seja pelas palavras ou pelas ações – massacra as mulheres na inteireza do que são. Ao aniquilar a vagina, aniquila-se a mulher inteira, sequestra-se a sua potência. “Ao contrário do que somos levados a crer, a vagina está longe de ser livre no Ocidente nos dias de hoje”, diz Naomi. “Tanto pela falta de respeito como pela falta de entendimento do papel que ela exerce.” Continue a leitura na fonte: FOLHA SOCIAL

10 outubro 2013

Os grandes benefícios de um simples toque afetuoso



Um toque afetuoso, caracterizado por uma carícia lenta, é um gesto muitas vezes instintivo de uma mãe para um filho ou entre parceiros em relacionamentos românticos. Agora, um novo estudo publicado em Frontiers of Psychology afirma que ele pode aumentar a capacidade do cérebro de construir um sentimento de posse do corpo e, por sua vez, desempenhar um papel na criação e manutenção de uma autoimagem saudável.
52 adultos saudáveis participaram da pesquisa, que usou uma técnica experimental comum conhecida como “ilusão da mão de borracha”, em que os cérebros dos voluntários são levados a acreditar que uma mão de borracha estrategicamente posicionada é a sua própria.
Conforme os participantes veem a mão de borracha sendo afagada em sincronia com a sua própria, eles começam a pensar que a mão falsa lhes pertence. Esta técnica demonstra a natureza variável da percepção do corpo pelo cérebro.
O toque afetivo, caracterizado pela velocidade lenta de estimulação tátil da pele (entre 1 e 10 centímetros por segundo), já foi relacionado com emoção positiva no passado. Estudos também descobriram que ele pode melhorar os sintomas de ansiedade. Além disso, o toque feminino pode dar mais coragem a um homem, e segurar a mão de uma pessoa amada tem um poder calmante. Por fim, pesquisas também afirmam que o toque pode ter um efeito negativo (dar um tapinha nas costas de alguém pode ser visto como colocar a pessoa em posição submissa, por exemplo).
Desta vez, a equipe liderada pela Dra. Aikaterini (Katerina) Fotopoulou, da Universidade College London (Reino Unido), queria testar se o toque afetivo poderia influenciar a compreensão do próprio corpo de uma pessoa.
A equipe adaptou a técnica da “mão de borracha” para incorporar quatro diferentes tipos de toque, incluindo um sincronizado e um não sincronizado lentos e afetivos, e um sincronizado e um não sincronizado mais rápidos e neutros.
Os participantes também foram convidados a preencher um questionário padronizado para medir a sua experiência subjetiva durante o experimento.
Os resultados confirmaram descobertas anteriores de que o toque lento é percebido como mais agradável do que o rápido. Mais importante ainda, o estudo demonstrou que a estimulação tátil lenta tornou os participantes mais propensos a acreditar que a mão de borracha era a sua própria.
A percepção do toque afetivo no cérebro é apenas um de vários sinais interoceptivos que nos ajudam a monitorar a homeostase (estado de estabilidade ou equilíbrio do organismo em relação a funções e composições químicas que fazem parte do corpo).
O novo estudo fornece evidências para apoiar a ideia existente de que os sinais interoceptivos, tais como o toque afetivo, desempenham um papel importante na forma como o cérebro constrói uma imagem mental e uma compreensão do corpo, o que, em última análise, ajuda a criar um “sentido de eu”.
Sensibilidade e conscientização diminuídas dos sinais interoceptivos já foram associadas a problemas de imagem corporal, dor inexplicável, anorexia nervosa e bulimia.
“O toque afetivo é normalmente recebido de um ente querido, então estes resultados destacam como relações estreitas envolvem comportamentos que podem desempenhar um papel crucial na construção de uma autoimagem”, explica Laura Crucianelli, uma das pesquisadoras do estudo.
“O próximo passo para a nossa equipe é examinar se a privação de sinais sociais, como o toque afetivo de um dos pais durante o desenvolvimento precoce, pode levar a alterações na formação de uma imagem corporal e um senso de si mesmo saudáveis, por exemplo, em pacientes com transtornos alimentares, como anorexia nervosa”, concluiu a Dra. Fotopoulou.
Impulsionar uma consciência e senso de propriedade do corpo em um indivíduo pode ser a chave para o desenvolvimento de futuros tratamentos para algumas dessas condições, e a sensação de “toque afetivo” poderia desempenhar um papel importante.

11 junho 2013

♥ ♥ ♥ O dia dos namorados ♥ ♥ ♥

♥ ♥ ♥ O dia dos namorados pode ser o ano inteiro. Não dê vazão ao consumismo desenfreado. Alimente o lado bom da relação, torne-se inesquecível criando momentos especiais ao invés de olhos e alma vazios! Cante, dance, ame, fale, olhe, viva o seu amor e faça valer a pena! ♥ ♥ ♥
 Namastê_/\_